segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Eu Não Podia Estar Tão Errado!

Foram mais alguns dias entediantes esperando ela voltar. Fiquei me perguntando por que Mark não pegava o telefone e mandava ela vir imediatamente. Que pais mais liberais! A menina mentiu, ora bolas! Deveria estar de castigo! Deus, eu sou patético! O que é que estou pensando?!


Finalmente a notícia que eu estava esperando veio, dada pela Júlia, porque eu estava no banho quando o telefone tocou. Ela estava com muita má vontade.
– Por que esta cara? – Indaguei.
– Pai... Eu gosto da Aretha. E amo você. Se ela te deixa feliz, eu sou totalmente a favor de vocês enfrentarem o mundo pra ficarem juntos.


Ela terminou sua argumentação com uma pergunta:
– Mas se for pra ver você sofrer ou minguar... Que graça tem isso?
– Eu não estou sofrendo, meu bem. Eu estou feliz... Apenas desesperado. – Sorri.


– Como é isso? – Bufou.
– Eu estou fora de forma, Júlia. Não lembrava como era... Não é culpa dela. Nem da Tara e do Mark... É minha. Sou atrapalhado no amor, e só...


– No meu desespero de não perdê-la, acabo “me” perdendo. É isso. – Continuei.
– Pai, você não é atrapalhado. E é um gato! Aposto que existe uma fila de mulheres esperando uma oportunidade de se candidatar...


– Eu já elegi a minha, Júlia. O cargo ta ocupado. Que horas mesmo ela disse que era o vôo?
– Ela não disse. Disse apenas que era hoje, que não era pra você buscar, porque tem uma surpresa pra você. Mas eu posso ligar pro Aeroporto. Não tem tantos vôos assim vindo de Paris...


– Não precisa, Júlia... Se ela quer me fazer uma surpresa, deixa ela...
– Tem certeza? Olha a última surpresa dela no que deu...

Eu tive que rir.


Esperava agoniado, a campainha ou o telefone tocar. Passei o dia zanzando pela casa. Claudinete estava a ponto de me dar com o rolo de macarrão.
– Jack, você está me deixando tonta! Era melhor ter permitido a Júlia ligar pro aeroporto. Porque não vai dar um passeio? Provavelmente quando voltar, a menina já vai ter chegado.

Quem deu essa liberdade a ela, heim?


Resolvi subir pro meu quarto. Eu estava ficando louco e enlouquecendo quem estava ao meu redor. Peguei um livro, mas não faço absolutamente nenhuma idéia do que estava lendo. Porque ela tinha que falar em surpresa? Isso só servia pra me deixar mais ansioso e tenso.


A campainha tocou. Eu sabia que por mais veloz que eu conseguisse ser, Claudinete alcançaria a porta antes de mim. Eu tentei uma experiência de agilidade sobre-humana, porque sabia que ela faria questão de atender na minha frente. E claro que ela conseguiu.


Desci preparado para me deparar com qualquer cena, menos aquela. Em meio a algumas malas, deixadas de qualquer jeito, lá estava meu filho. Gabriel.
– Desculpe, pai.


Eu não estava ouvindo. Corri para abraçá-lo.
– Gabe! Ah, Gabe! O que... Está tudo bem? Você está bem? Aconteceu alguma coisa na França?
– Não, pai! Não aconteceu nada! Quer dizer... Acontecer, aconteceu... A Aretha!


– Hã?! – Eu não liguei as coisas. Eu não liguei nada. Eu me senti um retardado.
– Aretha foi me procurar em Lyon, pai.


Ele percebeu minha expressão aflita e desejosa de alguma explicação.
– Não fique chateado com ela, pai... Ela queria me dar uma satisfação e...
– Pera aí, pera aí, pera aí... Você está aqui... por causa da Aretha?!


– Não! – Exclamou antes de ponderar. – Quer dizer... De certa forma... Mas... Eu posso explicar.
– Eu gostaria muito, sinceramente!


– Bem... Ela me procurou em Lyon pra conversar. Eu estava com raiva, pai. Muita raiva... Não quis vê-la. Mandei ela embora e a tratei muito mal. Me desculpe por isso também. – Gabe olhou pra mim, esperando alguma reação.

Eu apenas acenei para que continuasse.


– Mas ela é insistente, claro! – Muito! – E me esperava todo dia na porta da minha sala de aula, mesmo eu passando batido e deixando ela no vácuo... Pai! Eu não sou do mal... Me desculpe!
– Gabriel... Quem algum dia vai achar que você é “do mal”?


– Eu não sou, mas eu fui cruel com ela... Ela... se humilhou, assumiu a culpa de tudo, me pediu desculpas pelo que não deveria. E me contou o que eu não quis escutar de você. Eu fui tão... horrível! Disse coisas que não devia. Como falei pra você.
– Como teve coragem de magoá-la?


Gabriel não aguentou e caiu no choro.
– Desculpe... Eu fui tão terrível, eu sou tão infantil. Tive ciúmes dela, tive ciúmes de você! Uma bobagem tão grande... E quando ela me falou... Como ela se sente... E o quanto ela te ama... Eu me senti tão pequeno.


Eu o consolei.
– Ah, Gabriel!
– Desculpe, pai... Eu não pensei em vocês... Eu só pensei em mim. Não acredito que pude ser tão egoísta.


– Está tudo bem, meu filho.
– Eu voltei porque precisava dizer isso pessoalmente. Precisava pedir desculpas olhando pra você, pai. Você sempre foi um pai perfeito. Sempre esteve do meu lado, e não posso acreditar que haja um pai que ame mais um filho do que você.


– Eu te tratei como se você fosse um leviano, quando nunca na sua vida, você agiu assim. Eu preciso que me desculpe, pai.
– Eu estou longe de ser um pai perfeito, Gabriel. E você e a Júlia são as duas pessoas mais importantes da minha vida. Isso nunca vai mudar.


– Exatamente por isso! Não é direito que eu me interponha na sua felicidade. Não é justo. Você está feliz com ela, não está?
– Como há muito não sou, Gabe... Ela voltou com você? – Por mais que eu tentasse, não consegui disfarçar a ansiedade de encontrá-la.


– Eu insisti que ela viesse comigo. Pra cá, pra te ver. Mas ela disse que não era o momento dela. Falou que ia deixar a Duda no Campus e iria pra casa dos pais encarar as broncas.
– A Duda também veio?


– Ah! É... Ela veio fazer um curso de Moda, na UNESim. Vai ficar na minha república.
– Com você? – Sim. Era uma pergunta de duplo sentido.


Gabriel não respondeu. Pelo contrário, me indagou:
– Alanis ainda está com Thales? Não tive coragem de perguntar pra ela. Nem pra Aretha.
– Sim, filho. Eles estão juntos.


– Certo... – Ele disse, resignado. – Ela é fantástica, não é?
Eu não entendi.
– A Alanis?


– Não, pai! A Aretha! Eu gostaria de tê-la amado de verdade. Talvez tenha faltado coragem... Ou ousadia, eu não sei. Estou feliz que ela tenha encontrado você.



6 comentários:

  1. Weeee
    O Gabe não me decepcionou e nem a Aretha!!!!
    Por que só um certo... consegue me decepcionar nesta história? rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
    J disse: "Eu me senti um retardado."
    Só se sentiu? Hehehe
    Depois desta a Deka me mata!

    AMO!
    bjosmil! *.*

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Morri-
    Mas com certeza a Deh vai te bater! Haushuashaush!

    ..: Bjks :..

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  3. Jack lindo, Julia linda, Gabe lindo como o pai S2

    Atuh com a familia mais linda do TS2 *--*

    O Gabe é um fofo, ainda bem q ele não puxou nada da mãe... ashashuahsuhaushuhah

    Tia Mita, to de mau... u.u'

    Jaaack

    S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2

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  4. Desta vez foi só para implicar com você, Deh! u.u'
    Não acho o J retardado... :}

    bjosmil! *.*

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  5. Simplesmente pq ele não é... FATÃO!!

    Ele pisou na bola, ms caramba... ele se regenerou.. ta um lindo apaixonado s2 E acho q ele ja pagou pelos erros q cometeu.

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  6. kkkkkkkkkkkkkk
    Eu ainda morro com vcs! Huahsuahsuhash! XD

    ..: Bjks :..

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