terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Uma Manhã Como Outra Qualquer

O capítulo de hoje fala sobre uma música. Eu, assim como Aretha sou uma completa negação nessa área, a não ser por me considerar com um bom ouvido. Portanto selecionei uma música que exprime muito bem o sentimento de Jack ao compor. Se desejar ouvir a música enquanto lê, é só clicar no player.




Alguns dias depois Aretha chegava com os livros na mão e um largo sorriso estampado no rosto. Não disse nada, apenas me deu um beijo e correu para guardar os exemplares na estante. Deduzi que Mark havia falado com ela.


No momento em que tentava encaixar os volumes nas prateleiras, caiu de lá uma folha de papel rabiscada, que eu reconheci imediatamente. Aretha se agachou para pegar o rascunho da música que compus no dia em que ela voltou pra me resgatar. Não sei por que aquela partitura foi parar ali, com certeza isso era fruto da organização incompreensível de Claudinete.


– O que é isso? – Aretha perguntou apontando o papel pra mim.
– Uma música...


– Isso eu estou vendo, Jack... Mas tem meu nome...
– É... Porque eu compus para você.


– E porque eu nunca soube disso? – Ah, não! Ela estava franzindo o nariz.
– Porque é triste, e não representa nosso momento, Anjo! Eu a fiz quando estava tentando ficar longe de você...


Ela esticou o braço em minha direção.
– Toque pra mim. Eu quero escutar.
– Ah, não, Aretha, não me peça isso...


– Mas qual é o problema?
– É uma canção triste, eu já disse. Quando compus, não havia em mim, nenhuma esperança de estar vivendo o que estou agora. De ser feliz como sou ao seu lado.


– Eu gostaria de escutar mesmo assim. Triste ou não, não posso acreditar que seja menos que maravilhosa. Por favor, J...
– Aretha...


– Por favor...

Chegava a ser covardia. Como uma garota tão nova, tão menina... Como ela podia ter tanto poder sobre mim?


Fomos até a sala de música, eu sentei ao piano e toquei. Pelo canto de olho eu pude deslumbrar Aretha apreciando cada nota que eu entoava, enquanto chorava emocionada. Mas eu não parei.


– Eu disse que era triste... – Falei assim que terminei a canção.
– Não! É lindíssima... Eu sabia que era! Obrigada.


Beijei cada um de seus olhos enxugando suas lágrimas. Aretha retribuiu mordiscando meu lábio inferior.
– Não me provoque... – Pedi.
– Por quê? Você não gosta?


Eu já desisti de tentar resistir a determinadas investidas que ela fazia. Até porque nunca conseguia achar um motivo razoável pra isso. Mesmo que eu tivesse compromissos, o que nem sempre não era o caso. Deixei Aretha dormindo e fui pra academia.


Mas naquela manhã eu perdi minha corrida matinal com Thales. Por conta disso, passei o resto da manhã ouvindo suas piadas. Que eu havia perdido a corrida por “WO”, que a “coleira” tá apertada demais, e coisas do tipo.


Quando voltei, quase na hora do almoço, encontrei Aretha e Júlia na cozinha, envolvidas numa conversa que parecia empolgante. Pelo menos para Aretha.
– Não, Jú! Não pode ser em qualquer lugar! Existem profissionais pra fazer isso!
– Eu não entendo nada disso, Aretha! Nem sei por onde começar... Nunca sonhei em casar, to fazendo isso só porque Dona Hortência me pediu.


– Ela se ofereceu pra me ajudar em tudo, mas não posso aceitar! Ela já se dedica tanto ao Seu Lírio! – Continuou. – Ele está melhorando, mas não sei se volta a andar...
– Pode deixar! Eu posso fazer isso com você! – A empolgação em sua voz cresceu.

Ambas estavam tão entretidas que nem notaram a minha presença.


– Eu sei onde ir e com quem falar, Júlia, você vai ser a noiva mais linda que a “High Society” já viu!
– Não exagere, Aretha...


– Não estou!
– Ela não está! – Eu disse, interrompendo o momento “mulherzinha” e me fazendo presente. – Você É linda, Júlia!


– Ah, pai! – Júlia me abraçou. – Você é muito coruja!
– Eu só estou constatando um fato.


– Eu vou amar ir as compras com você, Aretha! Obrigada! – E então sua expressão antes eufórica, se transformou, ficou vacilante. – Errrr, Aretha...
– Hã?


– É que nós estamos numa situação embaraçosa aqui...
– Por quê?


– É que... Bem, eu não tenho mãe, você sabe, papai sempre cumpriu muito bem os dois papéis... Mas a Ana... Ela é a coisa mais perto de uma mãe que eu já tive...
Eu me perguntei por que não resolvi ficar meia hora a mais na piscina da academia.
– Ah! – Exclamou Aretha concluindo interiormente o que Júlia queria dizer.


Ela abriu um sorriso desconsertado e voltou a falar:
– Claro, Jú! Não tem nenhuma situação! Ana vai ficar onde deve, onde merece, onde sempre foi o lugar dela.
– Desculpe, Aretha.


– Não tem que se desculpar, Júlia! Nem seria justo! Somos amigas, o que é isso?! Não sou sua madrasta! – Agora sim, ela sorria um riso franco e brincalhão. – Ainda!



4 comentários:

  1. O Mark releu aqueles livros em poucos dias? Meu Senhor, não chegaria a metade do primeiro... aushauhsuahsuhaushuahs

    Julia e Aretha fazendo os planos pro casamento... É, infelizmente a Julia esta certa, a Ana é o q mais passa perto do que é ter uma mãe.

    Ain q musica linda essa ai q vc escolheu Pah *-*


    Bjos

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  2. Mark é cabeção! Huahsauhsuah! Ele já tinha lido... E... Precisva de uma desculpa... Só... XD

    É... O lugar lá não poderia ser de outra pessoa, sem traumas...

    Vc tb achou? *---* Eu amo demais essa música, que é de um filme que amo muito tb...

    Obrigada, filhota!

    bjks

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  3. Até pego os livros com o Mark... Mas de que adianta? Ele só tem olhos para a Tara mesmo! kkkkkkkkkkk

    Quanto a atuh:
    A saia é justa, mas realmente... Nem tinha como ser diferente para a Júlia, né? Ana esteve sempre ali para ela como alguém adulto em quem podia confiar... Aretha é mais como uma irmãzinha... Complicado tudo, né?
    A música é tema do filme em que um coroa pega uma garota de 18... lalalalalala

    AMO!
    bjosmil! *.*

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  4. Filme por sinal que marcou minha adolescência! Ah senhor, Alex era minha heroína!
    Acho que nesse ponto todas concordamos. O lugar lá, é da Ana... ;]

    Obrigada, Mita!

    Bjks

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